Pão: dá para comer sem medo

images
Mesmo sendo demonizado, esse alimento se mantém em alta e vem se reinventando em receitas mais saudáveis. Tem gente até que começou a prepará-lo em casa

Farinha, água, fermento e sal. Você só precisa de quatro ingredientes para fazer um belo pão — algo que nossos ancestrais descobriram há coisa de 6 mil anos. “Se considerar o tipo ázimo, não fermentado, a receita pode ter até 20 mil anos”, conta o consultor gastronômico Luiz Américo Camargo, pesquisador de panificação caseira desde 1990 e autor do livro Pão Nosso (Editora Panelinha, em parceria com o Senac).

“O alimento ajudou a organizar o modo de produção agrícola, já que sua preparação obrigou as tribos a cultivar regularmente trigo, centeio, cevada etc.”, explica Camargo. Ou seja, o pão pode não ter feito parte da dieta dos homens das cavernas, mas também não entrou em nossa vida ontem, como seguidores de menus à base de carnes e vegetais costumam dar a entender.

Mais do que isso: ele está longe de ser símbolo de uma alimentação desajustada. “Italianos, franceses e povos de países do Oriente Médio são grandes comedores de pão. E eles têm menos problemas de saúde do que outras populações com médias bem menores de consumo”, compara Camargo.

Cada um no seu forno
Há inúmeros tipos de pão. O expert Luiz Américo Camargo ensina as diferenças entre alguns dos mais conhecidos

Italiano: pasme: é criação de imigrantes italianos de São Paulo. “As boas padarias fazem com farinha, água, fermento natural e sal.”

Australiano: foi inventado por uma rede de restaurantes que nem australiana é. Há receitas que levam chocolate, outras café… Nada padronizado.

Pão de fôrma: a massa dos mais industriais às vezes nem fermenta direito. Só é batida. Evite os lotados de ingredientes.

De centeio: “Um clássico!”, diz Camargo. Se bem-feito, fica muito bom. A fermentação longa dá sabor marcante e leveza à receita.

Francês: pão simples, crocante e, em geral, com durabilidade curta. “Alguns padeiros abusam de açúcar e gorduras.”

Pão sírio: é da família dos pães chatos, como pizza e foccacia. É ótimo para acompanhar refeições e montar sanduíches.

Bisnaguinha: a da padaria segue a tradição dos pães de leite. Já a industrial costuma esbanjar açúcar, gordura e aditivos. Olhe o rótulo.

Croissant: mais um clássico. Para Camargo, poucos o preparam direito. “Enrolados massudos não são croissants”, crava o especialista.

Por que o mais brasileiro dos pães é conhecido como francês?
Não se engane: o carro-chefe das padarias nacionais não tem nada de gringo. “Esse pão nem existe na França”, nota Rui Gonçalves, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sampapão). O que aconteceu foi o seguinte: ao vir para cá, no início do século 19, a corte portuguesa não gostou da receita tupiniquim.

“A nova clientela começou a exigir pães mais branquinhos, como os dos franceses. Daí surgiu um pão de produção cotidiana, com farinha de trigo branca, que passou a ser chamado, com o tempo, de francês”, esclarece Camargo.

Outros apelidos pelo brasil
Cacetinho: é desse jeito que os gaúchos se referem ao famoso pãozinho.

Jacó: em Sergipe, pode encostar no padeiro e pedir por ele.

Careca: esse é o nome conhecido entre quem mora no Pará.

Carioquinha: foi batizado assim no Ceará. Lá também se chama pão de sal.

A febre dos pães artesanais
Segundo a americana Sara Seidelmann, os pães artesanais, produzidos por métodos semelhantes aos dos tempos antigos, são mais rústicos. “E provavelmente melhores para a saúde”, avalia.

A expert em panificação Julice Vaz, dona de um dos empreendimentos pioneiros em oferecer esse tipo de produto, em São Paulo, observa que a digestão é facilitada. “Ao usar um fermento natural, formado por micro-organismos, não é necessário incluir mais nada na receita”, justifica.

“Esse pão ainda tem melhor sabor e aroma, além de maior durabilidade”, afirma. Não à toa, tem muita gente cultivando seu próprio fermento e preparando o alimento em casa.

Mas não tem problema buscar o pão de cada dia no supermercado. “Ele inclusive está sujeito a regras e fiscalização mais controladas”, aponta Carmen Tadini. É preciso checar ingredientes e tabela nutricional e comparar os pacotes. “Essa sempre é uma atitude saudável”, frisa.

A retirada acentuada do nutriente traz prejuízos para esse pessoal, como risco de crises frequentes de hipoglicemia — quando o açúcar baixa demais, vêm confusão mental, palpitações e outros incômodos. Já o mau humor pega todo mundo que é fã do pão e tenta limá-lo da dieta. Sorte que ninguém tem motivos para cometer essa insensatez.

Botando a mão na massa
Cada vez mais pessoas estão preparando o próprio pão. Eis alguns pontos importantes do processo

Fermento natural: tem leveduras e bactérias que você deve alimentar com farinha e água. Na digestão vagarosa de amido, elas liberam gases. O pão cresce e ganha sabor e aroma únicos.

Fermento biológico: feito industrialmente com leveduras. Como a concentração delas é alta, gera gases rapidamente e o pão se desenvolve logo. A dica é usar menos para um melhor sabor.

Na máquina: a sova, o descanso e o tempo de forno são no aparelho. Se usar bons ingredientes e fermentação lenta, também é artesanal. Mas se perde a parte manual do processo.

Os melhores ingredientes
Sementes: elas são fontes de nutrientes, como proteínas e gorduras boas. Prove as de abóbora, girassol, linhaça e chia.

Oleaginosas: mais redutos de substâncias do bem, a exemplo de gorduras insaturadas e minerais. Teste castanhas, nozes e amêndoas.

Raízes: batata-doce, inhame e beterraba deixam a receita mais nutritiva e fornecem sabor, cor e aroma diferenciados.

Farinha integral: deixa o pão com mais fibras, vitaminas e minerais. Se quiser acostumar o paladar aos poucos, tudo bem mesclar com a branca.

O que pode acompanhar o pão no café da manhã
Queijos magros: ricota e minas frescal são do time. Só não abuse. Se a fatia parar em pé, sinal de que está grande demais.

Ovo mexido: ele carrega proteínas. Por isso, ao combiná-lo com o pão, a glicose não dispara no sangue. Maneire no óleo.

Manteiga: essa é tradicional. Mas possui gordura saturada, cujo excesso eleva o colesterol. Use só um pouco.

Os ingredientes parceiros no jantar
Peixe, frango…: para uma refeição, inclua carne magra, frango desfiado ou atum. Embutidos não são legais.

Salada fria: Alface, cenoura, tomate e companhia adicionam vitaminas, minerais e fibras ao lanche. Capriche.

Vegetais cozidos: no inverno, eles caem como uma luva. Abobrinha, berinjela, espinafre… Varie cores e sabores.

Pastinhas: o grão-de-bico cozido vira uma pasta que deixa o sanduíche mais apetitoso e saudável.

(Fonte: Saúde/Adaptada) 


Hommus Proteico

74527613 2573762112853091 8207831851553783808 n

- INGREDIENTES
1 xícara de grão de bico cozido
1 dente de alho
1 colher de sopa de azeite extra virgem
2 colher de sopa de whey protein sabor neutro
Cenoura ralada
Pepino ralado

- MODO DE PREPARO
Bata tudo no processador e sirva como acompanhamento de torradas/pães integrais.

Um Beijo e Ótimo Fim de Semana!


O açúcar é mesmo um vilão para os dentes?

acucar

Encontrado nos mais diversos alimentos, o açúcar nos presenteia com o prazer que oferece ao paladar, ainda que na maioria das vezes esteja associado às receitas mais calóricas. Seu consumo, portanto, deve ser racional. Inclusive porque consumir demais pode provocar cárie, doenças gengivais, entre outros agravos que não se limitam à boca.

O consumo inteligente de açúcar exige disciplina e pondera a quantidade de ingestão diária, o horário, a frequência e os tipos de alimentos. Sabemos que sua eliminação total na dieta dificilmente será alcançada, mas um consumo racional pode ser abraçado por muitas pessoas que buscam uma alimentação mais saudável.

No contexto da saúde bucal, além do volume ingerido, devemos levar em conta o tipo e a consistência dos alimentos escolhidos. Esses fatores determinam o tempo necessário para a ingestão e quanto os dentes ficarão mais ou menos expostos a um pH da saliva mais baixo, o que aumenta o risco de descalcificação do esmalte dentário.

O açúcar está classicamente ligado à cárie. Doença que mais acomete a população, independentemente de faixa etária, ela interfere na qualidade de vida, uma vez que causa dor e contribui para outros problemas de saúde. Falamos de um quadro crônico, multifatorial, não transmissível e que se estabelece com a exposição frequente ao açúcar (principalmente na forma de sacarose).

Dentro da boca, as bactérias da placa bacteriana fermentam o açúcar dos alimentos, resultando na produção de substâncias ácidas que, por sua vez, dissolvem o esmalte que protege os dentes. Esse desgaste, quando constante, possibilita a formação da cárie, que se inicia nas camadas mais externas do dente e, em casos extremos, compromete toda a coroa dentária.

Para prevenir o problema, é imprescindível que o consumo do açúcar seja disciplinado, bem como a rotina de higiene bucal seja adequada. Isso envolve o uso de cremes dentais com pelo menos 1 000 ppm (partes por milhão) de flúor, informação que pode ser verificada na embalagem do produto. Em paralelo, é fundamental se consultar regularmente com um cirurgião-dentista a fim de receber orientações personalizadas e o tratamento correto, se necessário.

Quais as orientações para as crianças?
Com relação ao público infantil, quanto mais tarde se introduzir o açúcar na dieta, melhor. Seu consumo, em especial o da sacarose (típica do açúcar de mesa, por exemplo), deve ser evitado em crianças menores de 2 anos.

A escovação dentária deve ser iniciada assim que os primeiros dentes irromperem na cavidade bucal, com a utilização de escova e de creme dental fluoretado.

Apesar do risco de fluorose (quando ocorre ingestão involuntária da pasta dental e há repercussões na dentição), a indicação é que os pequenos utilizem creme fluoretado, com no mínimo 1 000 ppm de flúor, pelo menos duas vezes ao dia, controlando-se a quantidade utilizada na escovação.

Cabe lembrar que, mesmo após o segundo ano de vida, a ingestão de açúcar deve ser orientada pelo pediatra e pelo dentista e os abusos precisam ser evitados desde cedo.

(Fonte: Saúde)