Qual a intensidade de exercício físico ideal para você?
Acertar o ritmo da atividade física faz muita diferença para alcançar seus objetivos no treino e multiplicar os ganhos à saúde
O Colégio Americano de Medicina do Esporte, uma das entidades mais respeitadas na área, recomenda em suas últimas diretrizes 150 minutos de exercícios moderados ou 75 minutos de atividades vigorosas por semana a todo mundo que busca uma vida saudável. Esqueça a quantidade por um momento e repare nos termos “moderados” e “vigorosas”. Eles não aparecem em vão: a intensidade do exercício também influencia bastante nos seus efeitos pelo corpo e na sua cota de benefícios.
É claro que ninguém deve sair por aí pegando pesado ou turbinando o treino da noite para o dia. Aumentar a intensidade exige tempo e dedicação, sob pena de aparecerem as lesões.
Mas dá pra dizer que exercícios leves já fazem bem à saúde? Ora, eles seriam a porta de entrada para qualquer pessoa, independentemente da idade, pisar no mundo esportivo. São mais fáceis de executar, não fazem o coração disparar, evitam machucados e, ainda que os resultados demorem a vir, ajudam a torrar calorias.
Um novo estudo da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, revela que as atividades leves já conferem proteção cardiovascular. Em análise com 5 861 mulheres mais velhas, a prática foi associada a um risco significativamente menor de infarto e morte por doenças do coração.
A atividade torna-se moderada quando passa a elevar a frequência de batimentos cardíacos e deixa a pessoa um tanto ofegante. Com isso salta o gasto calórico e se acentuam as vantagens cardiovasculares. Só que já é preciso ter certo preparo dos músculos e das articulações, bem como o acompanhamento de um profissional.
Uma pesquisa da Unifesp constatou que exercícios em solo ou água nessa intensidade são bem-vindos, por exemplo, na prevenção e no controle da osteoporose em mulheres após a menopausa.
O ritmo vigoroso, por sua vez, é aquele que depende de muito esforço — acelerando o coração e botando energia para queimar — e continua agindo sobre o corpo mesmo após o fim do treino. “O gasto calórico é maior durante a atividade e se mantém elevado na fase de recuperação, fazendo o corpo utilizar a própria gordura como combustível”, explica o educador físico Diego Barretti, do Laboratório de Adaptação ao Treinamento de Força da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. É por isso que essa intensidade é imbatível em termos de perda de peso.
Acontece que o ritmo vigoroso tem seu preço: demanda empenho extra, orientação de perto de um profissional da área e, obviamente, está ligado a uma maior exposição a lesões. “Os treinos intensos costumam ser mais curtos e exigem um bom preparo físico para evitar problemas. Mesmo assim, podem derrubar a imunidade se realizados em dias consecutivos”, avisa Arruda.
Prós e contras dos três tipos de intensidade
Atividades leves
Não exige preparo físico prévio
Possibilita conversar e interagir mais durante o exercício
Oferece baixíssimo risco de lesões
O gasto calórico é bem limitado
Exige mais tempo e treinos longos diários para dar resultados
Para algumas pessoas, pode ser desestimulante
Moderado
É tolerada pela maioria das pessoas
Tem um bom perfil de segurança
Queima calorias e melhora a capacidade cardiorrespiratória
Requer supervisão, e nem todo mundo gosta disso
Há um aumento no risco de lesões
Já demanda mais preparo físico
Vigoroso
A queima de calorias é alta e persiste após o treino
Resultados alcançados em menos tempo
Promove mudanças fisiológicas bem-vindas à saúde
Depende de bastante dedicação no dia a dia
Apresenta maior risco de lesões musculares e articulares
Pode abalar a imunidade
A evolução do treino
O ponto é que a maior parte dos benefícios terapêuticos da atividade física destrinchados pela ciência está relacionada aos exercícios moderados e intensos. De acordo com o professor de educação física Vandré Casagrande Figueiredo, pesquisador da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, eles atuam tanto na prevenção como no tratamento de condições crônicas como hipertensão, colesterol alto e diabetes.
Um fato unânime entre os experts é que alcançar um ritmo mais intenso sem colocar a saúde em risco não acontece num zás-trás. “Em geral, uma pessoa leva de três a seis meses para conseguir avançar de um treino leve para um vigoroso”, estima Barretti.
Uma ideia bacana para aumentar a intensidade sem impor sacrifícios demais ao organismo é mesclar os ritmos. Na esteira, por exemplo, vale alternar a caminhada, o trote e a corrida.
A essa altura, você deve se perguntar: ok, mas como eu meço a intensidade do exercício? No dia a dia, há duas táticas mais usadas, tanto para atividades aeróbicas como treinamentos de força.
Para corrida, ciclismo e afins, ainda tem a fórmula da frequência cardíaca, que, a exemplo dos outros testes, você confere como fazer logo abaixo. Não são medidas milimetricamente precisas, mas já nos guiam para saber se estamos prontos a dar o próximo passo no treino.
(Fonte: Saúde/Adaptada)
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(Fonte: Minha Vida/Adaptada)
Da caminhada à corrida: 10 dicas para começar a correr 5 km
Especialistas explicam os passos essenciais para atingir o objetivo
O passaporte para quem deseja entrar no mundo da corrida é uma competição de 5 quilômetros, uma prova que não exige uma rotina intensa de treinamento e serve para motivar iniciantes na prática. Os benefícios da atividade já são conhecidos. Vão desde o aumento do condicionamento físico até o combate à insônia.
Abaixo dez dicas elaboradas pelos especialistas:
1. Procure um médico
É preciso fazer todos os exames que comprovem que não há problemas cardíacos e respiratórios. No caso de alguma doença, como asma, por exemplo, é necessário estar medicado ou com acompanhamento médico antes de começar a se exercitar.
2. Comece aos poucos
Tentar correr 5 quilômetros logo de cara e o mais rápido possível é tentador. Mas é preciso respeitar o corpo e os limites que ele impõe. Para quem não tem condicionamento físico, o ideal é começar com treinos intervalados, que intercalem mais minutos de caminhada com a corrida de baixa intensidade. Peça ao profissional de educação física uma tabela de treinamentos para auxiliar na evolução.
3. Não se preocupe com a velocidade
Tente alcançar a zona de conforto, conhecida como “velocidade de cruzeiro”, para aguentar um treino intervalado sem precisar parar para descansar. Diminua a velocidade se achar que não vai conseguir. Ela não é importante no primeiro momento. Conforme for evoluindo, aumente o tempo de corrida e não a velocidade.
4. Não esqueça do fortalecimento muscular
Antes de começar a correr, é preciso fortalecer a musculatura. Por isso, é importante começar treinos de musculação específicos para as regiões do corpo mais demandadas durante a corrida. Fazer reforço muscular é essencial para evitar dores ou lesões, além de melhorar o rendimento na corrida.
5. A esteira pode ser sua amiga
Ela pode parecer entediante para alguns, mas, para quem está começando no esporte, é uma maneira de controlar melhor o ritmo e alcançar os primeiros objetivos. A vantagem é a possibilidade de controlar melhor a equação entre velocidade e distância e evoluir a cada semana.
6. Não corra todo dia
Essa fase inicial exige muito do corpo. Para quem está começando, o ideal é correr duas vezes por semana para evitar lesões ou desgaste excessivo. O praticante que já tem mais condicionamento físico pode ampliar o treino para três vezes por semana, em dias intervalados.
7. Alongue sempre após a atividade
No início, caminhe de 10 a 15 minutos na esteira. Esse é o tempo necessário para o corpo, que está frio e desaquecido, atingir uma maior quantidade sanguínea e vascularizar a musculatura. O corpo precisa estar em homeostase, em equilíbrio com líquidos e temperatura. Quando acabar a corrida, faça um alongamento focado em relaxar a musculatura — e não para ganhar elasticidade ou maior amplitude.
8. Cuide da hidratação e use roupas leves e de fácil transpiração
Um organismo hidratado é indispensável para terminar bem a corrida, com disposição. Outra questão que pode atrapalhar os treinos é não utilizar roupas adequadas para a atividade. No verão, as mais indicadas são as feitas de dryfit, que facilitam a transpiração. Em dias mais frios, são recomendadas roupas térmicas, que possuem compressão e auxiliam na redução do desgaste da musculatura.
9. Disciplina
O mais indicado para quem não consegue adquirir a rotina de treinar é procurar um personal trainer ou uma consultoria, que podem disponibilizar um acompanhamento. Grupos de corrida e fazer o exercício com amigos também servem para motivar.
10. Use um tênis específico para corrida
Tênis para exercícios físicos não faltam, mas é importante utilizar um específico para a corrida. Esse é mais um elemento que vai proteger o corpo contra futuras lesões, uma vez que os calçados específicos têm níveis de amortecimento maiores. Antes de comprar, fique atento ao tipo de pisada do pé: a pronada (para dentro), a supinada (para fora) ou a neutra. Existem modelos para cada tipo. Lojas que vendem calçados possuem aparelhos que identificam a pisada, mas o ideal é procurar um fisioterapeuta que avalie as condições para a corrida.
(Fonte: Veja/ Adapatada)