A obesidade é uma doença universal com proporções epidêmicas alarmantes, sendo um dos principais problemas de saúde pública e considerada a segunda causa de morte que pode ser evitada, perdendo apenas para o tabagismo. Houve um crescimento de 67,8% nos casos de 2006 a 2018, conforme o último levantamento do Ministério da Saúde. A pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018) apontou um salto da doença de 11,8% para 19,8% e também revelou que mais de 55% dos brasileiros estão acima do peso.
O crescimento assustador de brasileiros obesos foi observado entre quem tem de 25 a 34 anos (84,2%) e de 35 a 44 anos (81,1%), sendo que as mulheres foram as maiores vítimas, com 20,7%, em comparação a 18,7% deles. Já em relação ao sobrepeso, a elevação da prevalência foi maior entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 55,7% e, quando verificado o sexo, os homens apresentam crescimento de 21,7% e mulheres, 40%.
Engana-se quem pensa que a obesidade não é também um problema infantil. A pesquisa registrou que 12,9% das crianças de 5 a 9 anos são obesas e, 75% delas apresentam mais chances de ser adolescentes obesos, com 89% de probabilidade de se tornarem adultos obesos.
As causas são muitas, como a disponibilidade de alimentos com elevada densidade energética, ou seja, ricos em gordura, e o estilo de vida sedentário. O tempo é muito escasso e a alimentação é feita em pequenos intervalos com comidas pré-fabricadas, como fast-foods, e o estresse do cotidiano é descontado no alimento em vez de se fazer uma caminhada ou outra atividade física, por exemplo. À medida que isso acontece, a pessoa vai aumentando o sobrepeso, podendo surgir uma série de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, doenças cardiovasculares (infarto, derrame), doenças osteoarticulares e apneia do sono, podendo acelerar o processo de envelhecimento. A obesidade pode comprometer, ainda, a autoestima e a sociabilização. É muito importante manter um estilo de vida saudável e que não só melhore a saúde física, mas proporcione uma autoestima elevada, evitando casos de depressão, por exemplo.
A obesidade é tratada com reeducação alimentar, ingerindo menos calorias e gastando mais energia com a atividade física regular e com terapias psicológicas, comportamentais ou em grupo para que a pessoa tenha uma válvula de escape do estresse. As medicações também podem entrar como auxiliares no tratamento, dependendo de cada caso. Nos extremos, em que se tem uma resistência ou falência à dieta, atividade física, mudança comportamental e tratamento medicamentoso, nos casos de obesidade severa, a cirurgia bariátrica seria uma alternativa. Mesmo com a cirurgia, a mudança de hábitos é necessária. Depois de um tratamento, a pessoa sentirá mais disposição, dormirá melhor, se concentrará mais e melhorará o humor. Vale alertar que o tratamento é contínuo.
(Fonte: Estado de Minas Opinião)