Um estudo populacional longitudinal, publicado pelo periódico Neurology, mostrou que um alto nível de aptidão física cardiovascular em mulheres de meia-idade está associado a uma redução próxima de 90% no risco de demência na velhice. As mulheres foram acompanhadas ao longo de 44 anos.
Uma amostra populacional de 1.462 mulheres, de 38 a 60 anos de idade, foi examinada em 1968. Destas, um subconjunto sistemático composto por 191 mulheres completou um teste de ciclismo ergométrico máximo escalonado para avaliar a aptidão cardiovascular. Os exames subsequentes da incidência de demência foram realizados em 1974, 1980, 1992, 2000, 2005 e 2009.
A demência foi diagnosticada de acordo com os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 3ª edição (DSM-III-R) com base em informações de exames neuropsiquiátricos, entrevistas com informantes, registros hospitalares e dados de registros até 2012. Regressões de Cox foram realizadas com ajustes para fatores socioeconômicos, estilo de vida e fatores médicos de confusão.
Em comparação com a aptidão física média, a taxa de risco ajustada para demência por todas as causas, durante os 44 anos de acompanhamento, foi de 0,12 (intervalo de confiança de 95% [IC] 0,03-0,54) entre aquelas com alta aptidão física e 1,41 (IC 95% 0,72- 2,79) entre aquelas com baixa aptidão.
Isto significa que em comparação com mulheres que estavam moderadamente em forma na meia-idade, aquelas com altos níveis de aptidão física apresentavam um risco 88% menor de desenvolver demência. Além disso, o tempo médio para o início da demência foi de 5 anos a mais para aquelas com uma alta aptidão física, e quando estas mulheres desenvolviam demência, a alta aptidão física também retardou a idade de início da doença em cerca de 11 anos, o que surpreendeu até mesmo Ingmar Skoog e Helena Hörder, autores do estudo e pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
Concluiu-se neste trabalho que entre as mulheres suecas de meia-idade estudadas, um alto nível de aptidão física cardiovascular foi associado à diminuição do risco de demência subsequente. A promoção de uma alta capacidade cardiovascular pode ser incluída em estratégias para a prevenção da demência. As descobertas não são causais e pesquisas futuras precisam se concentrar em saber se a melhoria da aptidão física pode ter efeitos positivos no risco de demência e quando, durante a vida, uma aptidão cardiovascular alta é mais importante para a prevenção desta condição de saúde.
(Fonte: News. Med)