A obesidade infantil é uma realidade recorrente no Brasil. Diferente de que muitos pensam, ser uma criança ‘gordinha’, não é sinônimo de ser saudável. Segundo dados divulgados pela Organização Internacional World Obesity, atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso.
A médica pediatra, Karla Dal Bó, de Tubarão, destaca que é necessário que pais, governo, escolas e sociedade têm que estar envolvidos na causa da obesidade Infantil. Ela pontua que a criança está muito exposta a uma grande publicidade e comercialização de alimentos não saudáveis nas escolas, na internet e na televisão. De acordo com a profissional de saúde os rótulos não são muito claros. É necessário trabalhar para de forma subliminar prevenir esse tipo de propaganda e divulgação.
Para ela, a dificuldade de acesso a alimentos mais saudáveis, por exemplo, a escola com pouca ou nenhuma opção e também a visualização de produtos de baixo valor nutritivo podem estimular o consumo inadequado no cotidiano. “Além da má alimentação podemos destacar o sedentarismo algumas condições médicas como funções hormonais, o uso de algum medicamento ou uma combinação desses fatores que geralmente é o mais comum”, explica.
A médica conta que para dizer que uma criança é obesa ou está acima do peso é necessário consultar uma tabela, que leva em consideração o peso, a altura e a idade da criança. “De acordo com a classificação fazemos a medida do Índice de Massa Corporal (IMC). Com a tabela o pediatra poderá determinar se é sobrepeso ou obesidade. Atualmente falamos até em risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade”, destaca.
Muitas vezes, conforme a profissional, o desmame precoce pode colaborar para a obesidade infantil. Fatores genéticos também devem ser considerados. “A obesidade interfere na vida da criança a longo prazo, podendo levar ao maior risco cardiovascular com a dislipidemia, aumento de colesterol, pressão alta, diabetes, problemas ósseos e alguns tipos de cânceres podem estar associados. Além do ponto de vista emocional, que a pessoa pode ter maiores chances de transtornos psiquiátricos, depressivos entre outros”, enfatiza.
A médica assegura que o primeiro passo para ajudar uma criança com sobrepeso ou obesidade é fazer uma avaliação levando-a ao pediatra. Avaliando a sua saúde em geral e assim, começar toda uma consciência familiar sobre novos hábitos alimentares. “Não é de uma hora para a outra que conseguimos tratar. A obesidade é uma doença crônica e aos poucos mudar os hábitos alimentares e comportamentais de toda família. Estimulando essa criança ao consumo de alimentos mais saudáveis, a família a um comportamento mais saudável, atividade física, mudança de hábitos, no dia a dia. Fazer com que esta criança aprenda com os pais os sinais de saciedade. É importante desde pequeno estimular a amamentação. Que esta família perceba quando esse bebê ou criança não quer mais se alimentar. É muito mais fácil prevenir a obesidade que tratar. Quando a criança virar o rostinho para o lado. Não é necessário raspar todo o prato e não identificar todo o choro como fome”, observa.
É preciso evitar carências emocionais com alimentos. Mostrar uma visão positiva para que essa criança consiga ao longo das vidas adquirir novos hábitos. Crianças obesas têm propensão a desenvolver doenças metabólicas e cardiovasculares. “Existe uma condição genética quando um dos pais ou os dois são obesos. A chance dessa criança vir a ser obesa é maior, mas temos que lembrar que a obesidade é uma doença multifatorial. Não é só comer em excesso ou não fazer atividade física, não é só genética, disfunção hormonal ou muitas vezes nem há disfunção hormonal, mas uma associação de todos os fatores”, finaliza.
(Fonte: Notisul)