Você já deve ter ouvido falar que "músculo tem memória". Geralmente essa questão é levantada quando uma pessoa que, por exemplo, treinou musculação por um certo tempo da vida, mas acabou passando por uma fase de sedentarismo e, ao voltar a fazer musculação, consegue retomar a antiga forma com mais facilidade. Porém, essa não é uma simples impressão: a ciência afirma que, de fato, essa memória existe.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Keele, no Reino Unido, mostrou pela primeira vez que os nossos músculos possuem uma "memória" de crescimento anterior, a ponto de isso ser registrado no DNA. Ou seja, os períodos em que esse músculo passou por um crescimento são "lembrados" pelos genes, que ajudam esses mesmos músculos a crescerem novamente em outros períodos da vida.
Usando avançadas técnicas de genoma, os pesquisadores de Keele, juntamente com as universidades John Moores, Northumbria e Manchester Metropolitan, estudaram mais de 850 mil amostras de DNA humano. Nessas análises, eles descobriram que os genes acabavam sendo "marcados" ou "desmarcados" com códigos químicos especiais sempre que o músculo crescia após um exercício, depois voltava ao normal e, outra vez, voltava a crescer.
Conhecidos como modificações epigenéticas, esses "marcadores" dizem ao gene se ele deve ser ativo ou inativo, fornecendo instruções para o gene ligar ou desligar sem alterar o próprio DNA. A pesquisa traz implicações importantes sobre como treinar atletas e se recuperar de lesões.
"Se o músculo cresce e, em seguida, a pessoa se machuca e perde um pouco de músculo, isso pode ajudar na sua recuperação posterior se soubermos os genes responsáveis pela memória muscular", explica o autor sênior e correspondente do estudo, Adam Sharples, Professor em Fisiologia Celular e Molecular na Universidade de Keele. Mais pesquisas serão importantes para entender como diferentes programas de exercícios podem ajudar a ativar esses genes de memória muscular.
Corpo já sente prejuízos após 10 dias sem treino
Quanto mais tempo ficar parado maior será o prejuízo de tudo que conquistou até chegar ao ponto de partida anterior ou até mesmo piorar além dele. Os prejuízos vão depender de alguns fatores como o tempo que já estava treinando, histórico e estilo de vida associado à atividade física, realização de atividades complementares, individualidade fisiológica, frequência e intensidade de treino e qual era a atividade praticada.
No geral alguns estudos relacionados a esse tema apontam reduções significativas nessas capacidades a partir de 10 dias sem treinar para pessoas que iniciaram e realizaram por 90 dias um programa de atividade física orientado com a frequência de três vezes por semana.
(Fonte: Minha Vida)